Código do Trabalho: 9
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Título:
TENDÊNCIA TEMPORAL DE MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM SANTA CATARINA NO PERÍODO DE 2009 A 2020.
Autores:
GABRIELLE CRISTINA RAIMUNDO, MÁRCIA REGINA KRETZER
Tema Livre:
Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) configura uma das principais causas dos óbitos no mundo. A análise temporal de mortalidade por IAM nos Estados Unidos, encontrou declínios de 38,1% nas hospitalizações e uma melhora notável na taxa de mortalidade, atingindo 12,4% em 2014, uma redução de 34% desde 1955. Semelhante a isto, no Brasil, observou-se tendência de redução nas taxas, entre 450,85 mortes em 1996 para 417,59 em 2014 por 100 mil habitantes. Observa-se discrepâncias regionais no declínio das taxas de mortalidade em regiões mais ricas, paralelamente ao aumento em regiões subdesenvolvidas. Assim, as diferenças socioeconômicas e de estilo de vida podem ser apontadas como a razão pelo qual se verifica essa desigualdade geográfica e pode expressar, portanto, que as condições de vida adequada, acesso às ações de promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento são os responsáveis pelo controle.
Método: Estudo Ecológico de tendência temporal dos óbitos ocorridos em Santa Catarina (SC) no período entre 2009 e 2020, dados extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), disponibilizados como domínio público pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS).
Resultados: Entre 2009 e 2020 ocorreram 30.253 óbitos em SC por IAM, com tendência estável (p=0,070) e variação nas taxas de 51,73 a 47,48/100.000 habitantes (β=-0,385). As maiores taxas ocorreram na Macrorregião Sul, 68,70 e 67,73/100.000 habitantes (p=0,616). Somente a Grande Florianópolis apresentou tendência de redução das taxas de mortalidade, variando de 50,48 em 2009 e 38,31 em 2020 para 100.000 habitantes (p <0,001, β=-1,032). Esta tendência pode estar associada à maior concentração de serviços especializados de atendimento cardiovascular, qualificação da rede móvel de urgência (SAMU) e cobertura da Atenção Primária em Saúde. As demais macrorregiões apresentaram tendência estável. O sexo feminino apresentou tendência de redução (p <0,007, β=-0,467). Entretanto, o sexo masculino apresentou as maiores taxas, de 54,56 em 2009 para 61,30/100.000 habitantes em 2020 (p=0,298). As maiores taxas de mortalidade ocorreram aos 80 anos no sexo masculino, 798,76 em 2009 e 573,72/100.000 habitantes em 2020.
Conclusões: O IAM apresenta tendência estável no estado de SC no período entre 2009 e 2020, com redução nas taxas na Grande Florianópolis. O sexo masculino apresenta as maiores taxas, entretanto com tendência estável, já o sexo feminino apresenta redução nas taxas. As faixas etárias a partir dos 40 anos, em ambos os sexos, apresentam tendência de redução. As maiores taxas são encontradas a partir de 80 anos e as menores em adultos jovens (20 a 39 anos). O estudo aponta a criação de novas políticas públicas de prevenção, tratamento e vigilância das doenças cardiovasculares, assim como o fortalecimento das políticas existentes e a atenção pelos perfis epidemiológicos de cada estado, permitindo que as ações sejam planejadas e redirecionadas.
Palavras Chave:
MORTALIDADE, INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO, TENDÊNCIA.
Referências:
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