17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 8

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA




Título:
USO DE LEVOSIMENDAN E DAPAGLIFLOZINA NA INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA APÓS INFARTO: RELATO DE CASO.


Autores:
GABRIELLE CRISTINA RAIMUNDO, ANA BEATRIZ DOS REIS, CAROLINE DA SILVA DRUN, DANIEL MEDEIROS MOREIRA, GABRIELA RACHADEL LOHN, ROBERTO LEO DA SILVA, RODRIGO DE MOURA JOAQUIM, TAMMUZ FATTAH



Tema Livre:
Introdução: Insuficiência ventricular esquerda (IVE) após infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorre em 5-10% dos pacientes e é a principal causa de óbito, tanto pela congestão e ocorrência de arritmias, além da associação à altas taxas de reinternação em 30 dias e mortalidade a médio prazo. Relato de Caso: Feminina, 81 anos, hipertensa, procura a emergência com náuseas e desconforto epigástrico após ingestão habitual de alimentos, há cerca de 10 horas. ECG mostrou supradesnivelamento do segmento ST em DII, DIII, AvF. Coronariografia de emergência demonstrou Coronária Direita (CD) ocluída em terço médio, Descendente Anterior (DA) ocluída em terço médio e ramo Marginal (Mg) com lesão grave proximal, sendo realizada angioplastia primária da CD. Ressonância magnética apresentou FE 32%, com fibrose sem viabilidade em segmentos apicais do VE. No 6º dia foi realizada angioplastia de Mg, mantendo a DA sem intervenção. Nesse mesmo dia, evoluiu com edema agudo de pulmão e necessidade de nitroglicerina e furosemida EV. Foi associada Dapagliflozina 10mg/dia no 8º dia de internação, após apresentar PCR em AESP com duração de 2 minutos. Dobutamina 5 mcg/kg/min foi iniciada, porém não tolerada após um dia por taquicardia, sem melhora de diurese e clínica, com piora de função renal. Foi então realizada troca por Levosimendan com dose de ataque + manutenção de 0,1 mcg/kg/min mantido por 48h. Ocorreu melhora clínica com restauração de diurese e função renal, desmame de oxigênio, possibilidade de início de beta bloqueadores e melhora clínica gradual com ajustes de medicação e alta hospitalar no 14º dia de internação. Sem eventos até dois meses após alta. Conclusão: Sexo feminino, idade >75 anos, IAMCSST são fatores de risco para ocorrência de IVE após IAM e estavam presentes em nossa paciente. As medidas iniciais usuais de vasodilatação, diurético EV e dobutamina estabilizaram parcialmente a paciente, mas não evitaram um evento grave de PCR, piora da função renal e geraram efeitos adversos como taquicardia mantida sem melhora do quadro. Dapagliflozina apresenta efeitos de redução de congestão e natriurese, sem prejudicar a função renal. Já o Levosimendan é um inotrópico que melhora a contratilidade cardíaca e tem ação vasodilatadora. Uma associação não usual e pouco relatada desses medicamentos, individualizada para as necessidades da paciente, foi capaz de estabilizar o quadro, melhorar a congestão, função renal e função ventricular, sem ocorrência de efeitos adversos, possibilitando desfecho favorável ao caso.

Palavras Chave:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA; LEVOSIMENDAN; DROGAS EM INVESTIGAÇÃO; INOTRÓPICOS.

Referências:
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