Código do Trabalho: 7
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ (UNIVALI)
Título:
MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA (MNC): UM RELATO DE CASO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ
Autores:
AMANDA RAIMUNDO DA SILVA, CARLOS EDUARDO RILLING DA NOVA CRUZ, DIOGO SPENGLER BARCELOS MACHADO, LIARA BORDIN, LUÍS GUSTAVO TEIXEIRA PINTO, MARIA FERNANDA VICTORINO, VANESSA BORDIN
Tema Livre:
Introdução:
A Miocardiopatia Não compactada é uma doença rara, muitas vezes acompanhada de cardiopatias congênitas complexas. Sua fisiopatologia ainda não é bem compreendida, mas acredita-se que as extensas trabeculações no miocárdio se formam durante o desenvolvimento embrionário. Tanto a AHA quanto a ESC, classificam a MNC pelo aspecto distintivo de trabeculações proeminentes do VE e recessos intertrabeculares profundos detectados em estudos de imagem ou em exames patológicos.
O estudo descreve um caso de MNC em um hospital em Balneário Camboriú-SC, paciente admitida após uma colecistectomia laparoscópica, posteriormente diagnosticada com MNC. O prontuário foi analisado para discutir seu caso, descrever o quadro clínico e diagnóstico, destacando a eficácia das abordagens adotadas.
Caso Clínico:
Paciente feminina, 51 anos, da Venezuela, hipertensa em uso de losartana e diabética em uso de metformina, procurou o serviço de clínica médica em Balneário Camboriú - SC, Brasil, com náuseas, vômito, diarreia e epigastralgia. Diagnosticada com colecistite aguda alitiásica, foi submetida à colecistectomia laparoscópica com boa evolução.
Após a alta, retornou ao hospital com náuseas, epigastralgia, distensão abdominal, dispneia aos esforços e edema nos membros inferiores. Sintomas agravados após reintrodução da metformina. Na readmissão, apresentou taquicardia, turgência jugular, galope de B3, sopro sistólico mitral 3+/6+ e edema nos membros inferiores.
Exames revelaram disfunção renal aguda, líquido livre na cavidade peritoneal, BNP elevado e eletrocardiograma com taquicardia sinusal e hipertrofia ventricular esquerda. Ecocardiograma mostrou aumento do átrio e ventrículo esquerdos, fração de ejeção reduzida, disfunção diastólica grau III, hipertrofia ventricular, insuficiências valvares mitral e tricúspide, e hipertensão pulmonar. Iniciada terapia para insuficiência cardíaca com diuréticos, vasodilatadores, betabloqueador e antagonista de mineralocorticóides, além de anticoagulação plena.
Ressonância cardíaca evidenciou miocárdio não compactado, fibrose miocárdica interventricular inferior e derrame pericárdico leve. Após as medidas terapêuticas, a paciente apresentou melhora progressiva, recebeu alta em classe funcional I e continuou com terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca e anticoagulação ambulatorial.
Conclusão:
O diagnóstico da MNC tem sido mais frequente devido aos avanços diagnósticos, sendo a ressonância magnética cardíaca considerada o padrão ouro. No caso da paciente, a ressonância magnética confirmou o diagnóstico, seguindo os critérios de Petersen et al. e Jacquier et al., que envolvem a relação entre a camada não compactada e compactada e a massa trabeculada do ventrículo esquerdo.
O relato destaca a importância de uma equipe multidisciplinar e exames diagnósticos de alta precisão. É essencial aumentar a conscientização dos profissionais sobre tal patologia e considerá-la como um possível diagnóstico diferencial.
Palavras Chave:
MIOCARDIOPATIA CONGESTIVA; CARDIOPATIA; MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA
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