Código do Trabalho: 68
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Título:
ANÁLISE COMPARATIVA DE EVENTOS CARDIOVASCULARES MAIORES, REINTERNAÇÕES E SANGRAMENTOS EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM E SEM CORONARIOPATIA OBSTRUTIVA
Autores:
HELOISA BUDAL MEIER, LAURA POETA, RAFAELA BERNARDI OGLIARI, GABRIELA REZENDE CARVALHO, DANIEL MEDEIROS MOREIRA, ROBERTO LEO DA SILVA, TAMMUZ FATTAH, JAMIL CHEREM SCHNEIDER, RODRIGO DE MOURA JOAQUIM
Tema Livre:
Introdução: Cerca de 6-8% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) não apresentam coronariopatia obstrutiva. As características dessa população tendem a ser diferentes, mas o impacto no prognóstico em relação a pacientes com aterosclerose obstrutiva ainda é incerto.
Métodos: Sub-análise do registro Catarina Heart Study, coorte prospectiva de pacientes com primeiro evento de IAM dentre populações de dois centros terciários de cardiologia. Foram selecionados, consecutivamente, indivíduos com mais de 18 anos, sem documentação prévia de doença arterial coronariana, de julho de 2016 a fevereiro de 2023. Os pacientes foram classificados como sem coronariopatia obstrutiva (Grupo MINOCA), definida como a ausência de lesões epicárdicas ocasionando estenose coronariana superior a 50% (SYNTAX escore = 0) e sem revascularização; e com coronariopatia obstrutiva naqueles com lesão coronária e redução luminal >50%. Objetivo foi avaliar a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores, definido como morte todas as causas e cardiovascular, novo IAM, angina instável e acidente vascular encefálico, reinternações hospitalares e sangramentos comparando os dois grupos em 30 dias e 1 ano. Análises foram realizadas com programa SPSS 26.
Resultados: Foram avaliados um total de 1211 pacientes, desses 107 (8,8%) eram do grupo MINOCA e 1104 (91,2%) do grupo com coronariopatia obstrutiva, sendo o escore SYNTAX médio nesse grupo de 15 (±8,9). O grupo MINOCA era composto de pacientes mais jovens, mais mulheres e menos tabagistas. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo após o evento era mais elevada no grupo MINOCA (56,3% x 50,7%; p<0,001). Não ouve diferença entre os grupos nas taxas de eventos cardiovasculares maiores em 30 dias (1,2% vs 6%; p=0,07) e 1 ano (9,6% x 17,0%; p=0,17). Mortalidade cardiovascular também foi semelhante entre os grupos. As taxas de sangramento foram baixas e no seguimento de um ano não ocorreu diferença no sangramento gastrointestinal (2,3% vs 1,9%, p=0,8) e com necessidade de transfusão (5,0% vs 1,9%, p=0,313). As taxas de reinternação hospitalar por qualquer causa também foram similares entre os grupos em até 1 ano de seguimento (17,3% x 18,5%; p=0,8).
Conclusões: Em nossa análise de uma coorte prospectiva não houve diferença na incidência de eventos cardiovasculares, reinternações e de sangramentos entre os pacientes com ou sem coronariopatia obstrutiva após primeiro evento de IAM em até 1 ano de seguimento.
Palavras Chave:
INFARTO DO MIOCÁRDIO, MINOCA, SEGUIMENTOS, EVENTOS CARDÍACOS ADVERSOS MAIORES
Referências: