Código do Trabalho: 61
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE - UNIFEBE
Título:
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR COMO DESENCADEANTE DE EVENTOS CORONARIANOS: UM RELATO DE CASO
Autores:
FERNANDA DOS SANTOS GAMBA, DANIELI SCHMITT TOMAZ, AUGUSTO MADALOSSO JOST, MARIA CAROLINA PACHECO, LUIS EDUARDO DA ROCHA SILVEIRA
Tema Livre:
INTRODUÇÃO
A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma condição autossômica dominante e estima-se que esteja presente em uma a cada 200 pessoas na população1. Dessa forma, a HF deve ser extensamente investigada devido sua alta prevalência e redução da expectativa de vida, visto sua relação com doença arterial coronariana precoce, especialmente infarto agudo do miocárdio1. O tratamento com estatinas tem sido eficaz na redução do risco cardiovascular, especialmente em pacientes mais jovens, os quais encontram-se no grupo com pior prognóstico2.
DESCRIÇÃO DO CASO
Mulher, branca, 48 anos, hipertensa e com dislipidemia, iniciou com dor torácica aos esforços há 3 anos. Possui histórico familiar de doença coronária precoce, sugestivo de HF. Na primeira consulta, PA 170/100 mmHg, FC 85 bpm, ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações, LDL 222. Ecocardiograma e teste ergométrico iniciais não revelaram alterações. Devido ao alto risco cardiovascular e à elevada probabilidade pré-teste de doença coronária, iniciaram-se medidas para tratamento da doença isquêmica coronariana crônica com ácido acetilsalicílico, betabloqueador, nitrato de longa duração e hipolipemiantes e foi solicitado ecocardiograma de estresse físico que atingiu frequência cardíaca máxima e não apresentou alterações. Após algumas semanas apresentou episódio de dor torácica intensa, sendo levada ao pronto-socorro. À admissão, apresentava supradesnível do segmento ST em parede inferior que se normalizou após 30 minutos, com alívio da dor. Uma angiotomografia de coronárias foi solicitada, revelando oclusão da artéria coronária direita, placa extensa com discreta redução luminal em circunflexa e lesão de 50% no terço médio da descendente anterior. A cintilografia miocárdica confirmou a presença de isquemia e viabilidade no território da coronária direita, com ausência de isquemia em outros territórios. A paciente concordou com a recanalização da oclusão crônica da artéria coronária direita devido à sua baixa qualidade de vida e sintomas persistentes. O cateterismo cardíaco revelou lesões na artéria descendente anterior e ramo marginal. O procedimento transcorreu sem intercorrências, e resultou em melhora significativa dos sintomas e da qualidade de vida da paciente. Atualmente, encontra-se assintomática, com atividades do dia a dia preservadas. Em uso de Rosuvastatina/Ezetimiba 20/10 mg/dia, com o último LDL de 78 mg/dL. Não necessita mais de nitratos e de betabloqueador.
CONCLUSÕES
Este caso destaca a importância da história familiar e o impacto da HF na doença coronariana precoce. O tratamento com estatinas de alta potência junto com ezetimiba mostrou-se eficaz no controle do LDL. Diante disso, evidencia-se como o diagnóstico precoce é fundamental para a instituição do tratamento de forma antecipada como tentativa de redução de prognósticos desfavoráveis a indivíduos que cursam com a doença, a fim de garantir que essas pessoas tenham uma expectativa de vida semelhante à da população em geral.
Palavras Chave:
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR; DOENÇA DAS CORONÁRIAS; ANAMNESE.
Referências:
1. Izar MC de O, Giraldez VZR, Bertolami A, Santos RD dos, Lottenberg AM, Assad MHV, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2021 Sep 27;
2. Cunha AFC, Ribeiro I. Familial Hypercholesterolemia: the Importance of Early Diagnosis and Management. International Journal of Cardiovascular Sciences. 2017;