17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 57

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: HOSPITAL SOS CÁRDIO




Título:
ATERECTOMIA ROTACIONAL (AR) EM ARTÉRIA MAMÁRIA INTERNA ESQUERDA (AMIE) PARA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR (ADA) PÓS ANASTOMOSE UTILIZANDO MEMBRO SUPERIOR ESQUERDO: PRIMEIRO CASO DESCRITO NA LITERATURA


Autores:
MARCELO HARADA RIBEIRO, EDMUNDO DAMIANI BERTOLI, THIAGO FARACO NIENKOTTER, TAYS ZABEL BERTI, CRISTINA ECHENIQUE SILVEIRA, CARLOS AUGUSTO HOMEM DE MAGALHÃES CAMPOS



Tema Livre:
Introdução: AR é um procedimento para lesões calcificadas carreando sempre um maior risco de complicações como perfuração, dissecção e no-reflow, porém necessário para modificação de placas em pacientes com calcificações severas. Descrevemos pela primeira vez o uso desta ferramenta para o tratamento de AMIE-ADA. Descrição do caso: P.R.D, masculino, 65 anos, diabético, hipertenso, dislipidêmico, com DAC (doença arterial coronariana) prévia (cirurgia de revascularização miocárdica há 10 anos), em tratamento clínico otimizado (AAS, rosuvastatina, metoprolol, nitrato, trimetazidina, colchicina, anti-diabéticos orais). Atualmente vem evoluindo nos últimos 8 meses com fadiga e angina aos médios esforços que pioraram nos últimos 3 meses para mínimos esforços. Exames complementares: I) Cintilografia com isquemia severa em parede anterior; II) Ecocardiograma com disfunção ventricular moderada demonstrando acinesia lateral e hipocinesia moderada das demais paredes; III) Cateterismo realizado há 2 semanas revelou tronco com oclusão crônica com microcanal; ADA ocluída no óstio; artéria circunflexa ocluída no óstio; artéria coronária direita ocluída no terço médio; enxerto ponte de veia safena para artéria coronária direita degenerado irrigando ramo descendente posterior de fino calibre em mínima importância; AMIE para ADA com obstruções severamente calcificadas após anastomose. Devido paciente francamente sintomático e prova isquêmica positivia para isquemia severa em parede anterior, decidimos proceder ao tratamento com AR através da AMIE-ADA com a via de acesso radial esquerda visando um maior suporte para passagem do "device". Através do cateter de mamária terapêutico passamos o guia ROTAWIRE FLOOPY até o terço distal da ADA e procedemos a passagem do rotablator com ogiva 1.5 até que não houvesse mais resistência. Após, injetamos pelo catéter na AMIE onde percebemos oclusão por dissecção desta artéria. Procedemos imediatamente antes que o paciente colapsasse ao implante de stent no local da dissecção da AMIE obtendo fluxo no mesmo momento, o que nos permitiu ter calma para implantar mais 2 stents na ADA nativa com sucesso. Paciente foi encaminhado à UTI, onde ficou 3 dias, evoluiu sem complicações e até o momento mantém-se assintomático. Conclusões: Descrevemos o primeiro caso na literatura de aterectomia rotacional através da AMIE-ADA com sucesso, sendo este nosso último recurso devido sintomas refratários e à impossibilidade de abrir o tronco da coronária esquerda (o que foi tentado), porém sem sucesso devido impossibilidade de cruzamento com microcatéter. Esta técnica requer expertise e não deve ser tentada de rotina somente como última alternativa devido à possibilidades de complicações em mãos de operadores menos experientes.

Palavras Chave:
ATERECTOMIA ROTACIONAL; ANGIOPLASTIA COMPLEXA; DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA CRÔNICA; ACESSO RADIAL ESQUERDO

Referências: