Código do Trabalho: 42
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Título:
A PANDEMIA PELA COVID-19 NÃO IMPACTOU NO PROGNÓSTICO DE PACIENTES ATENDIDOS COM QUADRO DE PRIMEIRO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: DADOS DA COORTE PROSPECTIVA CATARINA HEART STUDY.
Autores:
RAFAELA BERNARDI OGLIARI, GABRIELA REZENDE CARVALHO , HELOISA BUDAL MEIER , LAURA POETA , DANIEL MEDEIROS MOREIRA , ROBERTO LEO DA SILVA , TAMMUZ FATTAH , RODRIGO DE MOURA JOAQUIM
Tema Livre:
Introdução: A pandemia da COVID-19 impactou nos atendimentos de saúde, afetando principalmente os atendimentos de urgência e em especial as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio (IAM). Diferenças no atendimento e na população podem impactar na evolução e no prognóstico dos pacientes.
Metodologia: Sub-análise de um estudo de coorte prospectivo, avaliando a ocorrência de primeiro infarto agudo do miocárdio em uma população de um centro terciário de cardiologia. Foram avaliados os períodos dos dois primeiros anos da pandemia da COVID-19, de março de 2020 a fevereiro de 2022 e comparados aos dois anos anteriores, de março de 2018 a fevereiro de 2020 (pré pandemia). O objetivo primário foi avaliar a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores que incluiu morte total e cardiovascular, angina instável, IAM e acidente vascular encefálico no seguimento de 30 dias. Avaliamos ainda os eventos de trombose de stent e necessidade de reinternações hospitalares, além das características nos atendimentos do IAM, como o tempo delta T, que é o tempo de início dos sintomas até primeiro atendimento e o tempo porta-balão, entre a chegada ao hospital até abertura da artéria, quando aplicável. Análises foram feitas através do software SPSS 26.
Resultados: Foram avaliados um total de 657 pacientes, 408 (62,1%) do período da pré-pandemia e 249 (37,9%) do período da pandemia. A idade média foi de 60 anos e apresentou semelhança entre os grupos, assim como as demais características clínicas, incluindo hipertensão arterial (58%), diabetes mellitus (26%), dislipidemia (30%) e tabagismo (35%). O tempo de atendimento delta T foi de 472 (180-1085) minutos antes da pandemia e 420 (193-969) minutos durante a pandemia (p=0,80). Não encontramos diferença entre a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (52% vs. 54%, p=0,95) e o escore SYNTAX (11,7 vs. 13, p=0,25). A ocorrência de IAM com supra de ST foi de 49%, também similar entre os grupos (p= 0,30) e o tempo porta balão também foi semelhante e considerado baixo, dentro do preconizado em diretrizes (77 [53-127] vs. 76 [50-121] minutos, p=0,90). Apesar de atendimentos similares, o TIMI Frame Count foi menor no grupo avaliado da pré-pandemia (22 vs. 32, p<0,001). Ocorreram 33 (5%) eventos cardiovasculares maiores em 30 dias, não havendo diferença entre os grupos (21 [5,1%] vs 12 [4,8%]; p=1,00). Não encontramos diferenças ainda na ocorrência de trombose de stent e necessidade de reinternação hospitalar nesse período. Não houve também diferença de sangramento entre os grupos, incluindo os gastrointestinais (7 vs 4%; p=1,00) e aqueles com necessidade de transfusão (1,7 vs 9%; p=0,497).
Conclusões: O prognóstico dos grupos pré-pandemia e durante a pandemia não apresentou diferenças com significância estatística, apesar do escore TIMI frame count ter obtido maior pontuação na pandemia.
Palavras Chave:
PANDEMIA; COVID-19; INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Referências: