Código do Trabalho: 41
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: HOSPITAL UNIMED GRANDE FLORIANÓPOLIS - SÃO JOSÉ (SC)
Título:
ESCALONANDO AS TERAPIAS PARA MODIFICAÇÃO DE CÁLCIO EM ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COMPLEXA: ENTRE UMA ROCHA E UM LOCAL DURO.
Autores:
RODRIGO DE MOURA JOAQUIM, OSCAR ZOMER, VINICIUS FARIAS MAURÍCIO, GUSTAVO HENRIQUE BREGAGNOLLO, TAMMUZ FATTAH, ROBERTO LEO DA SILVA
Tema Livre:
Introdução: Intervenção coronária percutânea é um cenário desafiador em lesões calcificadas e em reestenose de stents. Calcificação coronária acentuada está presente até 25% das lesões tratadas de forma percutânea. Elas geram diferentes desafios como liberação errática do fármaco, má expansão e má aposição do stent, cursando com piores desfechos a longo prazo. Preparo da lesão com balões não complacentes, scoring ou cutting por vezes não é suficiente e dispositivos adicionais são necessários. Apesar de garantir excelentes resultados em fratura de cálcio superficial, a aterectomia rotacional tem limitações em calcificações profundas e na presença de stents. Nesses casos o uso da litotripsia intracoronária favorece o tratamento da lesão com melhor expansão e implante dos dispositivos posteriormente. A avaliação minuciosa desses casos com angiográfica e imagem intracoronária garante um planejamento adequado e melhor resultado na angioplastia e melhores resultados clínicos. Apresentamos caso onde a paciente apresenta uma lesão coronária extremamente calcificada e reestenose de dois stents previamente implantados.
Caso Clínico: AOM, 81 anos, sexo feminino, com HAS, doença arterial coronária com cirurgia de revascularização há 18 anos com enxertos de artéria mamária interna para descendente anterior e ponte de safena para ramo marginal esquerdo, apresenta ainda múltiplas angioplastias coronária prévias com stents no tronco da coronária esquerda direcionado para circunflexa, na coronária direita (CD) por 2 vezes e ramo ventricular posterior (VP) sendo a última intervenção na CD há 7 anos. Iniciou em novembro de 2023 com angina CCS III, com interferência em atividades diárias inclusive ao trocar de roupa e tomar banho. Angiotomografia demonstrou única lesão não protegida em ramo marginal esquerdo. Foi submetida a cateterismo cardíaco em janeiro de 2023 com lesão grave em ramo marginal de fino calibre, porém reestenose importante intrastents da CD, onde apresentava duas malhas de stent sendo uma delas o último implantado visivelmente sub expandido devido a extensa calcificação coronária, e ramo VP também com reestenose importante no stent. Demais artérias sem lesões ou protegidas pelos enxertos. Optado pelo tratamento apenas da CD a despeito da complexidade anatômica. Procedimento realizado em fevereiro de 2023 pela via femoral direita, 7F, iniciado com aterectomia rotacional (Rotablator) e dilatação com cutting-balloon que apesar de fratura do cálcio interno, não foi suficiente para expansão das duas malhas de stents com reestenose calcificada. Realizada então litotripsia intracoronária (ShockWave) com múltiplas insuflações e descargas em todo segmento da coronária. Realizado implante de 3 stents farmacológicos na CD (2) e VP (1) com ultrassom intracoronário demonstrando expansão ótima dos mesmos. Paciente está assintomática em segmento de 4 meses com reestabelecimento de todas atividades diárias sem novas intercorrências.
Conclusão: O emprego de múltiplas técnicas para modificar a calcificação da placa permite atingir melhores resultados e melhor expansão do stent o que impacta na melhora dos sintomas a curto prazo e no prognóstico a longo prazo.
Palavras Chave:
INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA; ANGINA; DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA; CALCIFICAÇÃO CORONÁRIA; REESTENOSE
Referências: