17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 40

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA




Título:
REPERCUSSÃO DA PANDEMIA PELO SARS-COV-2 NO ATENDIMENTO E CARACTERÍSTICAS DE PACIENTES COM PRIMEIRO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO.


Autores:
RAFAELA BERNARDI OGLIARI, GABRIELA REZENDE CARVALHO , HELOISA BUDAL MEIER , LAURA POETA , DANIEL MEDEIROS MOREIRA , ROBERTO LEO DA SILVA , TAMMUZ FATTAH , RODRIGO DE MOURA JOAQUIM



Tema Livre:
Introdução: A pandemia da COVID-19 impactou nos atendimentos de saúde globalmente, em especial as doenças cardiovasculares que têm um alto índice de atendimentos de emergência, incluindo o infarto agudo do miocárdio (IAM). Diferenças na população afetada e no risco da apresentação podem ter ocorrido durante o período da pandemia. Metodologia: Sub-análise de um estudo de coorte prospectivo, avaliando a ocorrência de primeiro infarto agudo do miocárdio em uma população de um centro terciário de cardiologia. Objetivo do estudo foi avaliar a ocorrência de primeiro IAM antes e durante a pandemia, as suas características clínicas e fatores de risco para gravidade do evento durante o atendimento inicial. Os períodos avaliados foram dos dois primeiros anos da pandemia, de março de 2020 a fevereiro de 2022 e comparados aos dois anos anteriores, de março de 2018 a fevereiro de 2020 (pré-pandemia). Analisou-se também as características clínicas dessa população e se comparou as características de risco durante o evento entre os grupos, incluindo o TIMI Frame Count, classificação de Killip, escore SYNTAX e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). A análise estatística foi feita com software SPSS 26. Resultados: Foram avaliados um total de 657 pacientes, 408 (62,1%) do período da pré-pandemia e 249 (37,9%) do período da pandemia, demonstrando uma redução de 39% na coleta de pacientes com primeiro evento. A idade média foi similar entre os grupos (60,8±11% vs. 60,3±10,9%, p=0,60). Na população do estudo, 58% apresentavam hipertensão arterial, 26% diabetes mellitus, 30% dislipidemia, 42% história familiar para doença arterial coronariana precoce e 35% eram tabagistas. Dentre as características clínicas e fatores de risco descritos, além de acidente vascular encefálico prévio, etilismo e prática de atividade física, não houve diferença entre os pacientes antes ou durante a pandemia (todos p > 0,05). A única variável que demonstrou uma tendência a diferença foi a presença de diabetes no período da pandemia (30% vs. 23%, p=0,08). A prevalência de 3 ou mais fatores de risco cardiovasculares também foi semelhante entre os grupos (38 vs 39%; p=0,805). A ocorrência de IAM com supra de ST foi de 49%, também similar entre os grupos (p= 0,30) e nesse grupo, o TIMI Frame Count foi maior durante a pandemia (22 [14-32] vs 32 [18-49]; p<0,001). O FEVE (52 vs 54%), o escore SYNTAX (11,75 vs 13,00) e a classe de Killip na admissão (II-IV, 10,8 vs 11,4%; p=0,798) foram semelhantes entre os grupos. Conclusões: Ocorreu uma redução da inclusão dos pacientes com primeiro IAM na coorte, fato que pode estar relacionado com a redução da coleta ou decréscimo das admissões durante a pandemia. Não ocorreu diferença das características clínicas avaliadas entre os grupos. O TIMI Frame Count foi a única variável indicativa de maior risco que foi maior durante a pandemia.

Palavras Chave:
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO; PANDEMIA; COVID-19

Referências: