17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 31

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE SANTA CATARINA




Título:
ELETROCARDIOGRAFIA EM OCLUSÃO DE TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA: UM RELATO DE CASO


Autores:
EDMUNDO DAMIANI BERTOLI, THIAGO FARACO NIENKOTTER, PEDRO BURIGO COSTA, JOÃO PAULO COLIN BATISTA



Tema Livre:
Introdução: A oclusão do tronco da coronária esquerda (TCE) é uma rara manifestação angiográfica encontrada. A verdadeira incidência é desconhecida e geralmente subestimada considerando que a maioria dos pacientes não sobrevivem para ter uma internação hospitalar. Em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) que foram submetidos a intervenção coronária percutânea, a incidência de oclusão do TCE foi relatada entre 1,5 e 2,4%. De acordo com as diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2017 para manejo do IAM, pacientes com depressão do segmento ST ≥1mm em 8 ou mais derivações no eletrocardiograma (ECG), juntamente com elevação do segmento ST (EST) em aVR sugere obstrução do TCE ou isquemia grave do vaso, exigindo cirurgia de revascularização emergencial. Outras etiologias também podem ser associadas a estes achados eletrocardiográficos como anemia grave, taquiarritmia e vasoespasmos coronarianos. Descrição do Caso: Feminina, 67 anos, hipertensa, dislipidêmica, tabagista 50 maços/ano, referenciada de Canelinha com quadro de síndrome coronariana aguda, apresentando no ECG de admissão supradesnivelamento de aVR e infradesnivelamento em demais derivações, sobrecarga atrial esquerda e sobrecarga ventricular esquerda. Realizada dose de ataque de dupla antiagregação plaquetária, AAS e clopidogrel, e encaminhada à Florianópolis. Segundo ECG mostrou-se com regressão das alterações. Troponina da admissão em Canelinha 219, troponina da admissão em Florianópolis 470. Encaminhada ao cateterismo que revelou lesão grave do óstio do TCE com 90% de obstrução. Realizada angioplastia de TCE com implante de 01 stent farmacológico. Seguiu internação com boa evolução. Ecocardiograma transtorácico pós angioplastia demonstrou fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 57% e hipocinesia médio-basal ântero-lateral. Alta hospitalar com medicações otimizadas e encaminhamento para ambulatório de reabilitação cardiovascular. Conclusões: A derivação aVR reflete a perfusão miocárdica do septo basal, que é frequentemente afetado pela artéria coronária principal esquerda ou pela artéria descendente anterior proximal/ostial, assim, ganhou importância na detecção de isquemia miocárdica aguda, devido às altas taxas de mortalidade dessas lesões. A adição de depressões difusas do segmento ST em oito ou mais derivações à EST na derivação aVR foi encontrada para ter uma precisão preditiva de 75% para doença da artéria coronária principal esquerda ou multivasos, sendo que uma EST > 0,5 mm na derivação aVR previu significativamente alto risco de ter esta doença. Logo, a abordagem dos diagnósticos diferenciais pode ter um impacto clínico significativo na seleção de estratégias de investigação e tratamento urgentes, que frequentemente envolvem a ativação do Cateterismo Cardíaco, a administração de terapia antitrombótica e anticoagulante potente e terapias avançadas de suporte hemodinâmico.

Palavras Chave:
INFARTO DO MIOCÁRDIO; DOENÇA DA ARTÉRIA CORONÁRIA; ELETROCARDIOGRAFIA

Referências: