17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 29

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: HOSPITAL SOS CARDIO / INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE SANTA CATARINA




Título:
RESULTADOS HOSPITALARES E EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA DE TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA NÃO PROTEGIDO EM DOIS CENTROS DE REFERENCIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA


Autores:
LUIZ EDUARDO KOENIG DE SÃO THIAGO, LUIZ CARLOS GIULIANO, LEANDRO WALDRICH, RICARDO ZANELLA ANTONIOLLI, EDUARDA VENÂNCIO



Tema Livre:
Trata-se de um estudo observacional realizado em 2 centros de referência do estado de Santa Catarina. Foram coletados de forma retrospectiva dados demográficos e os resultados clínicos dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea (ICP) com implante de stent farmacológico (SF) no tronco da coronária esquerda não protegido (TCENP) com o objetivo de demonstrar os resultados a curto e médio prazo. Foram incluídos no estudo 74 pacientes submetidos a ICP do TCENP, dos quais a faixa etária média foi de 67,14 ± 11,62 anos, sendo que 70,3% pertenciam ao sexo masculino. Quanto as características clínicas, 89,2% eram tabagistas, 35% diabéticos, 45% dos pacientes apresentavam clearence de creatinina (CKD-EPI) abaixo de 50 ml/min/1.73 m2 e 24,3% eram portadores de disfunção ventricular moderada a grave. A indicação clínica mais frequente para ICP do TCENP foi a síndrome coronariana aguda e o Syntax score médio da população estudada foi de 17,18 ± 7,98. Com relação ao procedimento 85,1% dos pacientes foram submetidos ao tratamento da bifurcação distal do TCENP, 90,5% das angioplastias foram guiadas por imagem intravascular e 75,7% dos casos foram realizados com o implante de apenas um SF. O sucesso do procedimento foi definido como sucesso angiográfico (implante do SF com estenose residual abaixo de 30%) somado a ausência de óbito, infarto agudo do miocárdio (IAM) após o procedimento, acidente vascular encefálico (AVE) ou necessidade de cirurgia cardíaca de emergência, alcançado em 95,9% da população estudada. Em 100% dos pacientes foi utilizado o AAS como antiagregante plaquetário em conjunto com clopidogrel em 51,4% das vezes, 25,7% em associação com o prasugrel e 23% das ocasiões somado ao ticagrelor. Dentre os pacientes analisados 2,7% complicaram com IAM intra-hospitalar e 1,4% foi submetido a nova ICP antes da alta hospitalar, entretanto nenhum paciente evoluiu com tamponamento cardíaco, AVE ou cirurgia cardíaca de urgência. O índice de óbito hospitalar foi de 4,1% (3 pacientes), que foram analisados individualmente. Observou-se que um dos pacientes internou com IAM com supradesnivelamento do segmento ST associado a choque cardiogênico, outro evoluiu com sepse pulmonar após pneumonia por ventilação mecânica e um deles evoluiu com bloqueio atrioventricular total e posterior parada cardiorrespiratória. Foi realizado seguimento clínico de todos os casos, com tempo médio de 17,6 meses, entre os quais 2 foram a óbito por causas não cardíacas, 2 foram submetidos a nova ICP e nenhum dos casos analisados foi submetido a cirurgia de revascularização miocárdica. Podemos concluir que a ICP com implante de SF em TCENP em pacientes com anatomia do tronco da coronária esquerda favorável para intervenção percutânea tem altas taxas de sucesso e mínimas taxas de eventos cardíacos maiores com baixos índices de complicações reproduzindo os resultados dos principais estudos de ICP em TCENP que embasaram as últimas diretrizes da ACC/AHA/SCAI.

Palavras Chave:
TCE, ANGIOPLASTIA, CORONÁRIA

Referências:
1. Ahmad Y, Howard JP, Arnold AD, et al. Mortality after drug-eluting stents vs. coronary artery bypass grafting for left main coronary artery disease: a meta-analysis of randomized controlled trials, European Heart Journal, Volume 41, Issue 34, 7 September 2020, Pages 3228–3235. 2. Kalil RAK, Sant RT, Salles FB. Controversies in the indications of percutaneous angioplasty or coronary artery bypass grafting in the treatment of left main disease. Int J Cardiovasc Sci. 2020Sep;33(5):565-71 3. Ramadan R, Boden WE, Kinlay S. Management of left main coronary artery disease. J Am Heart Assoc. 2018;7(7):pii:e008151 4. Park SJ, Kim YH, Park DW, Yun SC, Ahn JM, Song HG, et al. Randomized trial of stents versus bypass surgery for left main coronary artery disease. N Engl J Med. 2011;364(18):1718-27 5. Mulukutla SR, Gleason TG, Sharbaugh M, Sultan I, Marroquin OC, Thoma F, et al. Coronary bypass versus percutaneous revascularization in multivessel coronary artery disease. Ann Thorac Surg. 2019;108(2):474-80 6. Ramanathan K, Abel JG, Park JE, Fung A, Mathew V, Taylor CM, et al. Surgical versus percutaneous coronary revascularization in patients with diabetes and acute coronary syndromes. J Am Coll Cardiol. 2017;70(24):2995-3006 7. Van der Heijden LC, Kok MM, Zocca P, Sen H, Löwik MM, Mariani S, et al. Long-term outcome of consecutive patients with previous coronary bypass surgery, treated with newer-generation drug-eluting stents. J Am Heart. 2018;7(3):pii:e007212 8. Stone GW, Sabik JF, Serruys PW, Simonton CA, Genereux P, Puskas J, et al. Everolimus-eluting stents or bypass surgery for left main coronary artery disease. N Engl J Med. 2016;375(23):2223-35 9. Santos M.J., Thiago L.D.B., Waldrich L., Giuliano L.C., Carvalho L.S., Thiago L.E.K. Intervenção coronária percutânea com implante de stent no tronco da coronária esquerda não protegido.