17 a 19 de Agosto de 2023

Local: Expocentro Balneário Camboriú
Balneário Camboriú - SC



Código do Trabalho: 24

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: HOSPITAL ANGELINA CARON




Título:
HEPARINA ASSOCIADO A DAPT VERSUS ANTICOAGULANTE ASSOCIADO A DAPT EM PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ALTA CARGA TROMBÓTICA, HÁ DIFERENÇA NO NÚMERO DE MACE E SANGRAMENTO EM 30 DIAS?


Autores:
MONIK BORDIN SOARES, CARLOS ALBERTO KENJI NAKASHIMA, GUILHERME LUIZ DA ROCHA, BRUNA REPINOSKI NOSSHE, HELENA DOS SANTOS REIS



Tema Livre:
Introdução O infarto agudo do miocárdio (IAM) desencadeia uma resposta inflamatória e trombótica. Frequentemente o quadro é acompanhado de trombos intracoronários e, quando há alta carga trombótica, há um maior número de complicações resultado da reperfusão coronariana insatisfatória. Existem poucos trabalhos sobre o tema e poucas intervenções satisfatórias. O uso de anticoagulantes orais (DOAC) associado a dupla anti-agregação (DAPT) ou uso de heparina pode ser uma intervenção eficaz. Objetivo Comparar o tratamento em paciente com IAM e alta carga trombótica com DAPT associado a heparina não fracionada versus DAPT associado a DOAC nos desfechos de Major adverse cardiovascular events e sangramento em até 30 dias. Métodos Coorte retrospectiva comparando DAPT com heparina vs. DAPT com DOAC em pacientes com IAM com alta carga trombótica. Os dados foram coletados de pacientes internados consecutivamente na Unidade de dor torácica do Hospital Angelina Caron (HAC) entre 2022 a 2023, que tivessem tido IAM, segundo a quarta classificação universal de infarto e alta carga trombótica no laudo do cateterismo ou prontuário eletrónico. Foram excluídos pacientes com quadros de hiperviscosidade. O desfecho primário do estudo foi um desfecho composto de MACE e sangramento maiores e menores (TIMI bleeding) os desfechos secundários foram o composto do desfecho primário. Foi utilizado propensity score matching (PS) com one-to-one nearest neighbour. Foram pareados 10 casos a 10 controles, 6 indivíduos não foram pareados. Para estimar o efeito do uso do DOAC foi realizado regressão logística ajustada por PS, como medida de efeito foi utilizado Odds Ratio (OR). Foi considerado estatisticamente significativo p<0,05. Software utilizado Rstudio (R 4.2.2). Resultados Foram encontrados 658 pacientes com IAM, desses apenas 26 tinham alta carga trombótica (4%). No grupo de tratamento com DOAC (10) a mediana de idade foi 56,5 (IIQ, 57 -66), 80% homens, 80% hipertenso, 10% com angioplastia prévia e 20% tabagistas ativos, no grupo heparina (16) a mediana de idade foi 60 (IIQ, 57-66), 68,8% homens, 87,5% hipertensos, 6,2 % com angioplastia prévia e 25% tabagistas ativos. Não houve grandes diferenças nas medicações iniciadas intra-hospitalar para os pacientes, 93,8% vs. 100% estava em uso de segundo antiagregante nos grupos heparina e DOAC, respectivamente. No grupo heparina tiveram 3 eventos primários, sendo dois óbitos versus 1 no grupo DOAC, um número 3 vezes maior. O resultado da regressão logística sem ajuste foi 0,92, IC95% 0,67-1,25, p = 0,57, após ajuste por PS foi OR 1.00, IC95% 0,74 – 1,35, p = 0,96. Não houve diferença no número de sangramentos entre os dois grupos (0 vs. 0, p = 1,00). Conclusão Parece não haver diferença entre tratamento com DOAC vs heparina no desfecho composto primário em até 30 dias. Houve um número maior de óbitos no grupo heparina, porém sem diferença estatisticamente relevante.

Palavras Chave:
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO, ALTA CARGA TROMBÓTICA, ANTICOAGULAÇÃO

Referências:
1. Fonseca, Francisco Antonio Helfestein; Izair, Maria Cristina de Oliveira. Fisiopatologia das sindromes coronarianas agudas. Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo ; 26(2): 74-77, abr.-jun.2016. 2. Watson TJ, Ong P JL, Tcheng JE. Management of intracoronary thrombus. In: Primary Angioplasty - A Practical Guide. Singapore: Springer; 2018. p. 119-35 3. Sianos G, Papafaklis MI, Daemen J, Vaina S, van Mieghem CA, van Domburg RT, et al. Angiographic Stent Thrombosis After Routine Use of Drug-Eluting Stents in ST-Segment Elevation Myocardial Infarction. The Importance of Thrombus Burden. J Am Coll Cardiol. 2007 Aug 14;50(7):573–83. 4. Korjian S, Braunwald E, Daaboul Y, Verheugt F, Bode C, Tendera M, et al. Safety and efficacy of rivaroxaban for the secondary prevention following acute coronary syndromes among biomarker-positive patients: Insights from the ATLAS ACS 2-TIMI 51 trial. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2019 Mar;8(2):186–193. 5. Merlini PA, Bauer KA, Oltrona L, Ardissino D, Cattaneo M, Belli C, et al. Persistent Activation of Coagulation Mechanism in Unstable Angina and Myocardial Infarction. Circulation. 1994 Jul;90(1):61-8. 6. Mega JL, Braunwald E, Wiviott SD, Bassand JP, Bhatt DL, Bode C, et al. Rivaroxaban in Patients with a Recent Acute Coronary Syndrome. New England Journal of Medicine. 2012 Jan 5;366(1):9–19.